Eduardo caminhava tranquilo pela cidade. Parou em uma lanchonete para tomar um suco de laranja. Enquanto esperava notou uma suntuosa mulher sentada em uma mesa mais distante. A mulher vestia um quimono vermelho bordado. O contraste de seus cabelos longos, lisos, negros e espessos com a sua pele branca foi que deixou Eduardo atordoado.
Era uma japonesa de olhos negros intrigantes, que olhava para um ponto da lanchonete fixamente, enquanto tomava sua xícara de chá. O moço ficou tomado de uma espécie de curiosidade e timidez. Nada fez, retomou sua caminhada sentido a sua casa.
Naquela noite, teve sonhos perturbadores, e a japonesa esteve presente em todos eles. Olhando intrigantemente para ele. Eduardo acordou várias vezes durante a noite e se colocou a pensar naquela exótica beleza, e o que será que ela fazia pela aquela cidade monótona.
No dia seguinte, tanto era sua perturbação, voltou ao mesmo lugar que tomara o seu suco, na mesma hora do dia. E, ham, lá estava a exótica mulher. Agora, vestia um quimono azul e os cabelos estavam presos com aqueles palitinhos, em um coque perfeito. Lembrara que tinha imaginado aquela figura em quadros japoneses, aqueles que ele estudara superficialmente na escola, como os tipo de desenhos que influenciaram artistas ocidentais como Monet. Passou um pouco mais de tempo na cafeteria dessa vez, observando a oriental, dona de uma pele de porcelana. A mulher mantinha sua mesma pose e face intrigantes do dia anterior. Olhava fixamente, com seus olhos puxados, os quadros da parede e as pessoas que passavam pela rua, pela janela redonda ao lado de sua mesa, a mesma do dia anterior. A curiosidade de Eduardo o fez ficar ali plantado esperando qualquer movimentação por parte da oriental.
Foi quando uma outra mulher entrou no lugar, como quem procura por alguém. Essa era uma mulher pomposa, com cabelos ala Marlyn Monroe e usava muitas jóias, uma ofuscando a outra. Além do seu look over, o comportamento também se distanciava bastante da sutileza da mulher oriental. Mas, era ela mesma quem a loira procurava. Foi diretamente à mesa da japonesa, a cumprimentou com três beijos barulhentos, e as duas começaram a conversar em inglês. A loira, tipão nova rica, falava um inglês macarrônico, enquanto a japonesa além de falar baixo e claramente, tinha um elegante sotaque britânico.
Eduardo já estava sendo indiscreto ao observar esse estranho encontro, porém se deteve ali por mais uns 5 minutos e foi embora ainda mais intrigado. Depois, em todos os lugares por onde passou perguntou sobre aquela mulher, o que estaria ela fazendo na cidade, foi até a uma cartomante e descreveu seus sonhos com os olhos negros daquela mulher. A cigana tirou cartas no tarô e deixou o homem ainda mais intrigado. As cartas diziam que eles se conheciam de vidas passadas, e que certamente voltariam a se encontrar até novembro do ano corrente. A cartomante afirmou ainda que aquela mulher lhe mudaria a vida. Seria um encontro chocante, que colocaria em dúvida muito de suas crenças e conceitos. E assim seguiu Eduardo caminhando ainda mais reflexivo. Um pouco descrente no exagero empregado pela cigana - mudar o que afinal? – ele já não se sentia nada radical, apesar de saber que sua criação conservadora deixara cicatrizes em sua personalidade.
Ao entardecer, recebeu a chamada de seu bem humorado amigo Julio:
- E ai duzão, qual é a boa de hoje?
- Oras, mas que pergunta julinho, você é quem sempre agita nossas noites de sexta.
- Pois é, sei bem disso. Por isso mesmo que liguei, hoje a noite vai ser quente.
- Diga então, onde vamos?
- Um colega de trabalho me convidou para uma festinha particular, e posso te levar comigo.
- Que massa, festinha de quem?
- Parece que de uma gringas que estão aqui pela cidade, e tão querendo conhecer gente.
- Ok, fechado. A que horas?
- Te pego às 9h ai no apê.
- Beleza, te espero então.
Sem saber, Eduardo já estava se preparando para o encontro com a tão intrigante japa. Tomou um banho demorado, fez a barba, ajeitou o cabelo, vestiu sua melhor camisa e se perfumou.
Às 9h em ponto Julio já está na porta, entra, cumprimenta e vai até a geladeira buscar uma cerveja. Pega 4 latas geladas e vão os dois para o carro. Entre paradas para comprar cigarro e encher o tanque, as 9h45 chegam ao endereço da tal festa. Ao abrirem a porta, para a supresa de Eduardo, era a Loira perua que tinha visto na cafeteria.
Se apresentaram educadamente, e foram entrando pelo grande hall da casa. Apesar do mau gosto da mulher em suas roupas, a decoração estava bem clean e interessante. Tinha luzes coloridas, localizadas estrategicamente e belos vasos e quadros com temas nipônicos. Ao serem apresentados ao resto dos convidados Eduardo dá de cara com a japa dos seus sonhos. Usava um vestido branco curto e colado ao corpo, que lhe marcava as curvas sedutoramente sem chegar a ser vulgar. A mulher estava deslumbrante, com os olhos bem pintados e a boca em tons de vermelho sangue. O que fez com que o sangue de Eduardo esquentasse, dando arrepios em sua pele. Finalmente foi apresentar-se e descobriu o seu nome, Manko. – Bela Manko – pensou, quase soltando em voz alta. O pobre homem quase perdeu as palavras ao dizer seu nome, e muito prazer, o que fez a moça rir timidamente. Manko nem poderia imaginar que seu olhar e cheiro fizeram tremer as pernas de Eduardo.
O resto da noite se passou de forma discontraída e divertida. Todos os convidados beberam saquê e cervejas, comeram quitutes, e conversaram principalmente sobre suas diversidades culturais. Estavam presentes na festa três pessoas da cidade, dois ou três americanos, um japonês, uma russa e as duas anfitriãs, Chiara, a loira que se descubriu depois ser italiana, e Manko, a japonesa. Quando já havia passado da meia-noite tiveram que abaixar o som, mas o bom papo, as risadas e a bebedeira se mantiveram até às 2h da manhã.
Todos começaram a ir embora, Julio também já se sentia exausto e queria ir, mas Eduardo tinha engatado uma conversa ao pé do ouvido com Manko que parecia não ter hora pra acabar, então se conformou em se acomodar no sofá. Chiara já tinha ido para o quarto com um dos americanos, e pelo silêncio os dois já deveriam ter adormecido. E mesmo nesse ambiente, Manko e Eduardo se sentiam empolgados e entretidos em sua conversa, que se interrompia com momentos de olhares profundos, mãos na coxa e fungadas discretas.
Nesse vai e vem de palavras, elas foram perdendo seu sentido e foram completamente silenciadas por um beijo impulsivo, iniciado pela japa. Eduardo quase perde o ar, mas continua o beijo abrançando o corpo delicado com força contra o seu. Nesse momento sentiu que seus braços nunca tiveram lugar melhor para se envolverem do que aquela cintura. Os beijos molhados foram intercalados com suspiros de tesão. Os dois estavam ainda na sala e encostados no bar de madeira intalado no canto. Seus instintos nem sequer permitiram que mudassem de ambiente para continuar o amasso. Entre beijos no pescoço e deliciosas pegadas, Eduardo começa a despir a moça de seu vestido branco. Desceu o zíper vagarosamente, observando o torço perfeito. Beijou seu colo, acariciou seus mamilos rosados e pequenos. Os seios cabiam perfeitamentes nas conchas de suas mãos. Os beijou com vontade e ansia possuir todo o corpo oriental. Já nua, Manko se deitou sobre o balcão de madeira e puxou Eduardo para cima, segurando imediatamente seu membro ereto e inchado de tesão. Eduardo a penetrou lentamente, enquanto segurava a perna direita da moça sobre seu ombro esquerdo. A elasticidade da japa o surpreendeu e gerou sensações jamais sentidas antes. Sua cavidade estava muito molhada e quente. Sentiu suas contrações fortes, como de gueishas profissionais. As pequenas mãos de Manko apertavam e arranhavam suas costas, dando arrepios de prazer em Eduardo. Gemia palavras em japonês em seus ouvidos que o deixaram ainda mais excitado. O vai e vem lento dos corpos provocavam estalos. Nessa sensação pré-gozo, Eduardo a girou e colocou a Japonesa de quatro pendurada no balcão. E assim a penetrou com força e tirou gemidos estremecedores da boca vermelha. O tesão era extremo, a criatividade tomou conta de Manko que agarrou o homem nu e suado pelo braço o levando para cima do telhado. E ali sobre o luar, os dois continuaram os movimentos de amor, lentos, rápidos, lentos, rápidos. A bela japa montada sobre o homem delirava como em estado febril, enquanto Eduardo segurava o gozo até que não pode mais e soltou também um gemido gostoso e segurou Manko sorridente em cima de seu corpo, assim completamente relaxados, dormiram até o sol das 6 das manhã despertá-los no telhado.
Noites quentes assim voltaram a acontecer, assim como naturalmente os dois amantes se deleitavam na loucura e calor dos seus corpos. Formavam um belo casal, antes de tudo com compatividade em muitos aspectos, principalmente na química. Eduardo estava apaixonado, e Manko se envolveu muito também. Os dois tinham se encontrado e assim juntos continuaram a viver.